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A coisa da infância vem despertada em mim desde quando me casei e tive filhos. Em 2011 com o início da faculdade fiquei mais distante da Lu (minha esposa) e dos meus filhos que eram bem pequenos na época. Em 2012 quando a Malu (minha filha) estava para completar 10 anos, ela fez uma pequena pintura que retratava algumas crianças brincando em um parque. Perguntei a ela: porque você fez isso? Ela respondeu sem demora: é porque eu estou crescendo e não vou poder mais brincar. Tem mais, fiz meu TCC sobre o desenvolvimento do desenho da criança. Meus pais estão envelhecendo e eu também, sou professor e pensar a educação pela esfera do sensível, e não só pensar, mas viver um processo educativo sensível e um processo criativo que relacione infância, vida adulta e velhice  é importante para mim! Conheci a obra de Manoel de Barros, sou apaixonado por Manoel de Barros! Também releio frequentemente O PEQUENO PRÍNCIPE! Não posso deixar de dizer sobre as experiências extraordinárias trabalhando com 20 adolescentes entre 13 e 15 anos no Inhotim durante o ano de 2018. Depois desse período, costumo dizer para minha amiga Tamara, que hoje sou uma criança grande! Minhas memórias de infância e a minha criança interior estão despertadas, ficam flutuando comigo. Por essas e outras decidi resgatar o nome LILA. Minha mãe, minha avó materna, algumas tias e primos e meu irmão que morreu afogado aos 4 anos de idade em uma piscina no Natal de 1983, me chamavam assim. ( Foi nesse natal a primeira vez que vi meu pai chorando, já haviam me ensinado que homem não chora). Na minha mente vive a imagem da minha mãe, como a Pietá de Michelangelo, com o filho morto no colo. Depois da morte do meu irmão nos mudamos para Betim e com o passar do tempo, assim como os desenhos e as brincadeiras da infância, o nome Lila foi caindo no esquecimento. Dentro do casulo eu reencontrei o Lila, acho lindo e extremamente poético, tem total relação com minha história e com minha produção que ressurgiu também do casulo. Tenho uma prima chamada Dalila, e  ela também era LILA. Gosto desse nome! Me lembro de ter apenas uma tia que me chama assim até hoje, e acho que ela nem sabe do eu artista.

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Na foto: Minha mãe, grávida do terceiro filho. Meu irmão mais velho ao lado dela ( virando o hulk ) e lá, isolado do outro lado, eu, o Lila! ( estava virando a mulher maravilha).

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